As alergias e intolerâncias alimentares são problemas bastantes recorrentes e impactam negativamente na saúde, qualidade de vida e bem-estar de milhares de pessoas. A alergia alimentar (AA) é uma reação adversa do organismo a um ou vários tipos de alimentos, que ele entende que pode ser prejudicial.
Já as reações alimentares resultam da ingestão de um alimento ou parte dele. Elas podem ter uma causa imunológica e serem desencadeadas por anticorpos de defesa. Quando as reações adversas não são provenientes do sistema imune, elas são classificadas como intolerâncias alimentares (IA).
ALERGIAS ALIMENTARES
As alergias alimentares (AA) são um problema crescente em todo o mundo, afetando mais crianças do que adultos. Nos pequenos, as alergias alimentares conhecidas mais comuns são ao leite de vaca (2,2%), amendoim (1,8%) e frutos com casca rija (1,7%).
Já no grupo dos adultos, as mais corriqueiras são as alergias a mariscos (1,9%), frutos (1,6%) e vegetais (1,3%). Os sintomas de uma alergia alimentar podem ser muito variáveis. Os principais são:
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Problemas de pele;
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Oculares;
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Respiratórios;
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Gastrointestinais;
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Cardiovasculares.
Todos esses sintomas podem ser desencadeados pela ingestão, inalação ou contato da pele do indivíduo com o agente causador da alergia.
Sinais e sintomas das alergias alimentares
A severidade das reações alérgicas pode variar de acordo com a quantidade de alimentos ingeridos, ingestão de outros tipos de alimentos, bem como o modo de preparo dos mesmos.
Outros fatores agravantes que podem piorar o quadro são: idade do paciente, rapidez da absorção do organismo e presença de outras comorbidades, como asma e dermatite atópica, por exemplo. As alergias alimentares também podem causar uma reação alérgica grave e possivelmente fatal, conhecida como anafilaxia, que exige hospitalização imediata.
Não existem critérios de diagnóstico específicos para alergias alimentares. Na verdade, são realizados diversos testes que podem confirmar se o paciente pode ter sido acometido por uma alergia alimentar. Conheça os principais:
Testes cutâneos (de pele): pretendem avaliar a sensibilidade do paciente a determinados agentes causadores de alergia. São simples, rápidos e devem ser realizados no consultório de um médico especializado, por causa dos cuidados necessários durante a realização e interpretação.
O resultado sai em aproximadamente 15 minutos. Os testes cutâneos são feitos no antebraço ou no dorso do paciente. São considerados positivos quando acontece a formação de uma pápula de aproximadamente 3mm de diâmetro. Vale ressaltar que quando o resultado do teste cutâneo é negativo, pode-se excluir o quadro de alergia alimentar.
IgE sérico específico: Esse exame tem o objetivo de dosar a quantidade de IgE (imunoglobulina E), que é um dos agentes responsáveis por provocar reações alérgicas. Além disso, esse teste é uma espécie de triagem que pode indicar doenças alérgicas, bem como o nível de sensibilidade alérgica do paciente.
Dieta de eliminação: Esse teste tem o objetivo de fazer com que o paciente suspenda o (s) alimento (s) suspeitos durante 2 a 6 semanas, para observar a reação do organismo. A dieta deve ser cuidadosamente monitorada e os resultados avaliados, para que seja elaborado um diagnóstico mais preciso.
Dessa forma, evita-se que sejam excluídos alimentos desnecessários do cardápio diário. Caso os sintomas apresentados pelo paciente não diminuírem com a eliminação dos alimentos previamente definidos, a reação alérgica é praticamente descartada.
Testes de Provocação Oral: Estes testes são considerados os mais precisos para diagnosticar alergias alimentares. Consiste na administração de alimentos e/ou placebo em doses sucessivas e maiores aos intervalos regulares. Tudo é feito sob supervisão de um corpo clínico especializado.
Devem ser realizados com a total monitorização de possíveis reações adversas e em um local adequado (hospital) que possa atender situações de emergência, devido ao alto risco do paciente desenvolver anafilaxia. Os testes de provocação oral não são muito comuns na área médica.
Tratamento
Atualmente, ainda não existe um tratamento efetivo para as alergias alimentares. A melhor estratégia é evitar os agentes causadores de alergia. Os pacientes devem ser acompanhados por uma competente equipe multidisciplinar.
Além disso, o médico deve encorajar o paciente a aderir aos tratamentos disponíveis, caso seja acometido pelas alergias alimentares. Por isso, é fundamental que o paciente siga todas as orientações do especialista e evite os agentes causadores das alergias alimentares.
Os pacientes ou os seus cuidadores devem ser instruídos sobre como reagir perante a ingestão acidental de um alimento que cause alergia.
Sintomas dermatológicos como coceira leve, por exemplo, podem ser tratados com medicamentos anti-histamínicos. Todavia, é necessário um devido acompanhamento médico em caso do agravamento dos sintomas, onde o paciente deverá ser encaminhado ao hospital mais próximo.