INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES

As intolerâncias alimentares (IA) são uma patologia muito frequente em todo o mundo. Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial seja afetada por algum tipo de intolerância alimentar.

As causas dessa patologia são as mais variadas. Na maioria das vezes, determinadas substâncias químicas presentes nos alimentos e até mesmo na cafeína, podem gerar algum tipo de reação no organismo. E isso pode acabar causando os sintomas comuns das intolerâncias nos indivíduos.

A intolerância alimentar também pode acontecer por causa da lactose, em que o paciente desenvolve uma intolerância a essa substância presente no leite e seus derivados, bem como em outros alimentos.

 

Sintomas: dor e distensão abdominal (estufamento), diarreia, intestino preso, dor de cabeça, problemas dermatológicos, fadiga, dores musculares, dificuldades de concentração, ansiedade, depressão, entre outros.

 

Os alimentos que podem acarretar todos os sintomas descritos acima são: leite, trigo, feijão, café, cebola, couve, alimentos muito picantes e frituras em geral.

 

FODMAPS (LACTOSE, FRUTOSE, FRUTANOS, GALACTANOS, POLIÓIS)

A lactase é uma enzima essencial para hidrolisar a lactose, para que a mesma seja mais facilmente absorvida pelo intestino. Na deficiência desta enzima, a lactose não é completamente hidrolisada, o que leva as bactérias presentes no intestino a darem início ao processo de fermentação.

E isso causa o surgimento de sintomas como dor abdominal, flatulência (gases) e diarreia. A tolerância à lactose depende de diversos fatores como a quantidade ingerida, duração no trânsito intestinal, presença de outros componentes na dieta, consistência, temperatura e flora intestinal.

Algumas pessoas são mais tolerantes a pequenas quantidades de lactose na dieta, desde que ela seja ingerida ao longo do dia e num total de 12 a 15 gramas.

A frutose é uma substância presente em diversas frutas in natura e no mel. Ela tem sido amplamente utilizada na indústria alimentícia. A capacidade de absorção da frutose pelo intestino é limitada.

Existem agentes que transportam a frutose para o intestino, mas ainda não se conhece a importância da absorção da mesma. Por isso, alimentos com excesso de frutose podem ser prejudiciais ao organismo humano.

Os frutanos são hidratos de carbono formados por moléculas de frutose. A sua absorção pelo intestino é inferior a 5% devido à ausência de enzimas importantes responsáveis por isso.

Muitas vezes, os frutanos ficam acumulados no intestino e os microrganismos presentes nele acabam fermentando estes compostos. Os frutanos podem estar presentes numa variedade de cereais como trigo, cevada e centeio, além da cebola, alho, grão-de-bico, repolho e alcachofra.

Os galactanos são hidratos de carbono formados por moléculas de galactose e glucose. Estes alimentos não sofrem o processo de hidrólise no intestino e ficam disponíveis para a fermentação pelos microrganismos presentes no cólon. Essas substâncias estão no leite, leguminosas (feijão, lentilha e soja) e frutas secas.

Os polióis são compostos orgânicos formados por moléculas derivadas do açúcar. Eles são absorvidos de forma passiva pelo intestino delgado. Mas a sua absorção depende de alguns fatores como o tamanho da molécula, do poro intestinal, do tempo de trânsito no intestino delgado e de patologia gastrointestinal que esteja afetando a absorção.

Os polióis estão naturalmente presentes em frutas (pêssegos, damascos, cerejas, maçãs, peras) e vegetais (cogumelos, couve-flor). Estes alimentos têm efeito laxante.

Alguns estudos comprovam os benefícios da dieta com baixa ingestão de FODMAPs na melhoria significativa dos distúrbios gastrointestinais anteriormente mencionados.

 

A utilização das dietas restritivas tornou-se o tratamento padrão ouro para combater as intolerâncias alimentares. Nesse caso, o paciente deve excluir os alimentos que possam desencadear os sintomas durante 2 a 4 semanas.

 

Assim que todos os sintomas tiverem desaparecido, começa o processo de reintrodução gradativa dos alimentos, sempre observando a tolerância do paciente, para que os sintomas não se manifestem novamente.

 

Tratamento: É essencial que as intolerâncias alimentares sejam tratadas por profissionais de saúde com experiência nesta área. As dietas restritivas devem ser elaboradas por nutricionistas ou nutrólogos.

 

Uma das dietas mais utilizadas atualmente é a com baixa ingestão de FODMAPs. Se após uma dieta de eliminação dos alimentos causadores houver melhoria nos sintomas, é fundamental que o paciente faça alterações na sua alimentação. Por isso, é importante monitorar quais são os alimentos que desencadeiam os sintomas.

 

 

Autor: Dr.Paulo C Oliveira 

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